No mais alto da montanha
o gesto definitivo.
Agora não há mais volta,
o que está feito, está feito.
Rasgado o forro da almofada
as plumas pertencem ao vento…
Não cabe arrependimento.
Em cada pluma, uma história…
Em cada história, um sentimento…
Em cada sentimento, a alma.
Assim
a alma do poeta
fez-se pássaro,
fez-se nuvem,
fez-se gota de orvalho
a revigorar a noite.
Liberdade – borboleta
perdeu-se em discretos rodopios,
sem limites,
sem controle,
sem fronteiras…
O infinito horizonte
é seu caminho.
Campos e vales
seu destino.
Impossível ao poeta
recuperar o que era seu.
Rasgado o peito,
a alma se evadiu
…mas não se sente só nem triste.
Em algum lugar distante,
quem sabe, num curto gesto,
uma delicada mão,
recolhendo-a suavemente,
vai lhe dar toda atenção.
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Pois é!
Diante das exigências do meu ainda restrito público, eis-me aqui, em rede, conversando com vocês.
Timidamente estendo as mãos. Deve haver, em algum lugar, alguém querendo dançar uma ciranda (não confundir com a ciranda global!!!). Refiro-me à ciranda que oferece o contato amigo, a presença sempre frontal que obriga o olho no olho, o que expressa confiança. A mão na mão faz circular energias inexploradas… o ritmo lento e constante não cansa jamais. Aquele passinho, que parece retroceder, apenas demonstra que não há pressa.
É, a ciranda, o real sentido da vida que escorre lenta para que se tenha tempo de fazer amigos.
Pena que tenhamos esquecido isto… e, muito apressadinhos, por vezes nos perdemos.
Mas vale a pena relembrar, nesta conversa com você.
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