No entando, a conexão não está nem aí para atender a esse compromisso. Há dias não consigo nem ler o haloscan, quanto mais escrever algo...É irritante!
Vamos aproveitar,então, e refletir um pouco...afinal, "navegar é preciso, viver não é preciso".
Mas, qual o sentido dessa máxima tão conhecida e talvez pouco compreendida?
Viver não é preciso...seria o viver apenas uma contingência?...algo incerto por ser desnecessário, um acontecimento diante do qual aquele que vive não pôde opinar nem contra nem a favor...foi-lhe dado um passe para a viagem , e pronto!
A ninguém é obrigatório entrar ou permanecer na vida...é uma desnecessidade...mas, uma vez dentro dela, a coisa muda de figura. Uma vez aceita, a tarefa de viver traz inúmeras complicações. É aí que "navegar é preciso".
Sim, estar na vida e nela permanecer obriga o indivíduo a criar meios para sustentá-la,
para nela sobreviver.
A vida exige um esforço constante, ininterrupto, um trabalho de titãs, um contínuo rolar da pedra que, teimosamente, volta sempre ao ponto de partida...Somos, todos, Sísifo em sua eterna tarefa, tentando construir algo. É um esforço pessoal e coletivo. É navegar cumprindo uma rota obrigatória até o ponto final...que pode chegar espontaneamente ou por decisão pessoal.
Mas pode não ser essa a interpretação.
"Viver não é preciso"- Viver é o processo cotidiano ao qual nos submetemos. Uma aventura insossa, insípida, inodora, plena de hábitos mortos, um horizonte imutável que vai somente do berço à lápide. Um cotidiano repetido...repetido...repetido...Começar, ou acabar, este processo não faz grande diferença...Mas a vida não precisa correr assim pois há o NAVEGAR.
Ah, o navegar!...O navegar é a aventura... O navegar é o arriscar-se. Não temer enfrentar a conquista de horizontes longínquos, desconhecidos...
Navegar é perceber que, além do além, existem "terras" estranhas a convidar o ser vivente a novas aventuras. É o inesperado oferecendo surpresas...Isso, sim, é obrigatório! O navegador é destemido, audacioso, ousado...É o humano elevado à excelência...Aí se expressa o maior valor da vida:"Navegar é preciso!" E não me refiro apenas às viagens geográficas...Muito antes pelo contrário...
Mas também pode não ser assim...
Com as conquistas tecnológicas a interpretação é alterada e...
Navegar é preciso...preciso, no sentido de que, hoje, navegar comporta exatidão de cálculos, exige um mínimo de risco, exige roteiros, mapas, aparelhos confiáveis, dando ao navegador a (quase) certeza do objetivo conquistado, o porto alcançado...É o detrimento da aventura em favor do rigor e da suposta exatidão do processo conquistador.É a vitória do pragmático.E, claro, há quem prefira viver e levar a vida sob esses critérios.
Mas... há sempre um mas..existem pessoas que percebem a vida como ... " viver não é preciso"... Viver dispensa a severidade das normas e os "mapas" preestabelecidos. E aí todas as possibilidades são bem recebidas...o navegador conta com o imponderável e ama jogar-se ao mar sem âncoras, sem leme, sem roteiro, sem GPS, enfrenta a vida confiante, sabendo que,"qualquer que seja o rumo a ser tomado, há um porto seguro onde chegar".
Tecendo a teia
À minha frente páginas em branco,
agenda que ao tempo cabe completar...
Prever, sugerir, ou apenas registrar
a vida que, em gotas, teima em fluir.
Responsabilidade igual não há,
criar em cima do incriado,
plantar terreno virgem,
palco do inusitado.
Saber-se portador da história,
semente de futuro.
Aventurar-se
em mares nunca dantes navegados...
Romper a cada dia
certezas do passado,
perder a âncora,
içar a vela,
lançar ao mar a bússola segura...
E deixar-se seguir
Tecendo a teia do porvir,
sabendo que,
qualquer que seja o rumo a ser tomado
há um porto seguro onde chegar.
À minha frente páginas em branco,
agenda que ao tempo cabe completar...
Prever, sugerir, ou apenas registrar
a vida que, em gotas, teima em fluir.
Responsabilidade igual não há,
criar em cima do incriado,
plantar terreno virgem,
palco do inusitado.
Saber-se portador da história,
semente de futuro.
Aventurar-se
em mares nunca dantes navegados...
Romper a cada dia
certezas do passado,
perder a âncora,
içar a vela,
lançar ao mar a bússola segura...
E deixar-se seguir
Tecendo a teia do porvir,
sabendo que,
qualquer que seja o rumo a ser tomado
há um porto seguro onde chegar.
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Isso talvez seja para poucos (ou não!)...Acredito que, fazendo um pouco de esforço de concentração ainda encontraremos novas interpretações para
" NAVEGAR é PRECISO...VIVER não é PRECISO"... e boa viagem.!
" NAVEGAR é PRECISO...VIVER não é PRECISO"... e boa viagem.!