Não era preciso sofrer de nenhuma crise de profetismo para prenunciar: será ótimo!
E foi mais que ótimo, foi EXCELENTE ! Uma viagem pelo SENTIMENTO, o elemento mais humano de que somos constituídos.
Uma mulher extraordinária.
Numa época em que somente as top-models têm autorização para figurarem sob refletores, Nana vem mostrar que ser cantora, interprete, é outro departamento.
A platéia não negou o acolhimento. Integração total. O conteúdo do repertório e a forma de expressão da artista fizeram a noite ser (lugar comum) memorável, com gosto de "quero mais".
Aquela mulher já, e não só, amou muito, como ainda é um turbilhão de paixões.
Seu rosto, seus olhos, sua boca, suas mãos e sobretudo a modulação de sua voz deixam claro uma pessoa no domínio, ou melhor dizendo, dominada pelas experiências amorosas. E embarcamos com ela neste oceano de tormentos e glórias do Amor, puro e simples. Parece que ela ama O Amor. E nele mergulha sem medos.
Tudo isso independe de idade. Lembram Caetano quando canta sobre o artista?
"...o tempo passa e ele nunca envelhece"...É por aí que Nana passeia e nos leva consigo.
A apresentação começou com uma homenagem ao pai, sua primordial referência. Marina, Não tem solução, João Valentão, Nem eu, Dora, Só louco...
Depois se reportou a alguém que tem perdido, criminosamemte, o lugar na mídia. Cantou Por causa de você, Castigo...Quando retornarão aos poemas de Dolores Duran?
Aldir Blanc e Cristovão Bastos receberam destaque: Resposta ao vento, Nossa canção, Contradições...Navegou pela cultura irmã nos poemas de Agustin Lara, até me apresentou letras que eu desconhecia.
E mais: Paulo César Pinheiro, o gigante da poesia, com melodia de Dori( Sem poupar coração), Roberto e Erasmo - Não se esqueça de mim.
Devagarzinho ela foi dando confiança à platéia, fazendo-a perder a timidez. A princípio esperava-se o final das músicas para aplaudir(muito)...aos poucos cantávamos baixinho...contudo, ao se aproximar o fim do show, o canto do "nosso coral" esteve pra lá de entusiasmado e cantamos na força da emoção: "Minha jangada vai sair pro mar...Eu sei que não estou sozinho...Resposta ao vento..."
E quem não chorou durante, creio que não resistiu a Charles Chaplin: "Sorri quando a dor te torturar"...com a qual ela pôs um ponto final. Mas prometendo voltar a Ilhéus.
Assim seja!
A minha noite terminou com o show, tendo que me desculpar com a"thurma" que desejava esticar um pouco mais. Da minha parte, estava pra lá de satisfeita.
Aliás, se ela quisesse continuar cantando as tantas melodias das quais senti falta, eu ainda estaria lá, a ouvir.Como estou agora a ouvi-la pela internet.
Acalanto, Mudança dos Ventos, Suave Veneno, Catavento e Girassol, Canção da Volta, No analices, Insensatez, Por toda a minha vida, e...e...e...é um não acabar mais...
Quem quiser saber mais leia o deixoler.wordpress.com de Anabel.
Até a próxima...Beijo.