sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Uma carta para Mountain View

Na mensagem anterior, escrevi:

Por mais pessoal e subjetiva que seja uma experiência, ela reverbera em pessoas que nem sequer chegamos a suspeitar...

Creio ser essa a nossa inclusão no tal "efeito borboleta".

Antes que o ano termine cuido de dedicar algumas palavras àqueles que me acompanharam por todo o tempo. São pessoas originárias dos incontáveis recantos apontados pela rosa-dos-ventos. De muito longe elas aportam neste nosso endereço. E me deixam feliz .

Só para relembrar as mais recentes visitas: Madri, Lisboa, Porto, Antuérpia, Tóquio, Bucarest, e ainda, Canadá, África do Sul, Bélgica, Austrália... e tantas outras.

Dos Estados Unidos vem gente de Atlanta, Sacramento, Seattle, só para citar algumas das inúmeras localidades que se fazem presente.

Mas guardo uma palavra especial para alguém cuja fidelidade me comove de maneira também especial: Você, de Mountain View.

A sua presença constante é algo tão importante para mim que já entro no blog esperando encontrá-la. Tenho certeza: é a mesma pessoa que lá está!...E fantasio sobre o seu perfil, já que você não se identifica.

Será alguém jovem?
Ou alguém que já viveu o bastante para conhecer os momentos em que a vida torna-se nebulosa e obriga a reflexões muitas vezes doloridas?
Será homem?...ou mulher?
Certamente fala a minha "língua", nos dois sentidos: o meu idioma e a linguagem poética que revela-se exuberante ou, tantas vezes, doída.
Para estar tão presente é evidente que comunga com meus pensamentos e sentimentos. Não tenho dúvida: é um(a) amigo(a)...Alguém que anda de mãos dadas comigo, tão silenciosamente que já faz parte de mim, do meu dia-a-dia.

Fico imaginando sobre seu ambiente, sua cidade - Mountain View - um lindo nome!

Nasci e vivo, desde sempre, próxima ao mar. Muito próxima, mesmo. Apenas alguns passos me separam da praia...parece que ela vive a me esperar...e eu nunca compareço ao encontro. O mais que admito são as conversas sob os coqueirais, em barracas que servem iguarias e bebidas refrescantes, deliciosas, se não atingirem o consumo exagerado, claro!

Talvez por isso trago em mim uma "saudade" da montanha, dos rios, dos borques, das árvores, dos campos, das paisagens onde o cultivo das flores seja menos árduo do que neste clima tropical em que habito.

Não rejeito o meu espaço, muito antes pelo contrário...amo o sol inclemente, amo as chuvas de verão, aprecio a beleza do nascer e do pôr do sol no horizonte infinito que o oceano nos oferece...

Contudo, para mim, a paisagem do Paraíso inclui florestas...e cachoeiras...

Seria assim o seu espaço?

É como imagino Mountain View contornando você, minha amizade desconhecida, mas fiel!

Encerro o ano desejando aos meus leitores uma brisa suave como aquela que Dorival Caymmi canta:

"Ó vento que ondula as águas, eu nunca tive saudade igual...
Me traga boas notícias daquela terra toda manhã
E joga uma flor no colo de uma morena de Itapuã"...
É o que lhes desejo, a todos, de tão distantes paragens desse "mundo sem porteira"...ou sem fronteiras: Uma flor no colo, trazida pelo vento das Boas Novas, em todos os dias de 2012.

O meu abraço!

Claro! - Ao meu povo, do meu Brasil, de onde vêm tantas e tantas visitas, eu também desejo o que de melhor eu tenho para oferecer : o meu carinho!

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