sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Opinião

Quem?

Robert Darnton, historiador e diretor da Biblioteca da Universidade Harvard:
"O livro é uma grande invenção. É agradável de manusear e ler. Não desaparecerá. Mas crianças e adolescentes têm hoje pouco contato com ele. Sua fonte de entretenimento é o computador. Os jovens são fascinados pelas pequenas doses de informação a que têm acesso pelos diferentes tipos de máquina e não desenvolvem o hábito de longas horas de leitura.
.....................Eles dependem demais do Google. Ele é uma ferramenta fantàstica, mas não é adequada para oferecer ao leitor o tipo de experiência, de degustação, que só o livro possibilita."

(Revista Época, 01/09/2008)

Você concorda?

4 comentários:

Bel disse...

Eu concordo.
Sou apaixonada pelos livros, seu cheiro, o toque, a possibilidade de deitar de pernas pra cima e ler, e até de dormir com eles no colo. (Mas não dispenso o Pai Google também.)

Creio que passei o hábito, gosto, sei lá, pros meus filhos, que são altamente conectados, mas sabem parar pra ler um romance de 500 páginas.

Unknown disse...

Outro dia no metrô, ouvi a seguinte declaração em meio a um diálogo entre adolescentes:”Para que eu vou perder tempo lendo um livro se eu posso entrar na Internet e ler um resumo?”
Acredite: fiquei deprimido.
Será que essa pobre alma juvenil ficaria satisfeita com o trailer em vez do filme?
Sem dúvida, Googles e Wikipedias são excelentes fontes de consulta para muitos assuntos, mas apenas isto.Cumprem a função de enciclopédias; porém, por mais informativo que seja o verbete Machado de Assis, ele não se propõe obviamente a dar conta da obra do autor.
Creio que, anterior mesmo a questão do livro e da leitura, exista o problema da fascinação humana pelos brinquedos – seja o computador ( e suas possibilidades “on-“ e “off-line”), seja o celular neo-kitsch(insuspeito herdeiro eletrônico do canivete suíço), seja o carro com toda sorte de acessórios - e a pletora de comodidades ofertadas pelo universo produtor de mercadorias, sempre eloqüente e eficaz na produção de álibis que nos aplaquem a consciência, cada vez mais difusa, que temos de nosso infantilismo e de nossa indolência.
Exagero se disser que, de modo paradoxal, uma época tão rica em ferramentas tecnológicas é lamentavelmente pobre de idéias – inclusive no campo da arte?
Primeiro admirava-se um quadro pela composição e pelo tema, depois pela cor, e por último pela tinta.
(Quando Chico Buarque surpreendeu a todos dizendo que a canção estava condenada a desaparecer, talvez tenha apontado para um empobrecimento desse tipo.)
Há quase vinte anos, Guy Debord escreveu em A Sociedade do Espetáculo[Para quem não leu, recomendo-o penhoradamente.]: “ Não é de estranhar que, desde pequenos, os alunos comecem com grande entusiasmo, pelo Saber Absoluto da informática: enquanto isso, ignoram cada vez mais a leitura, que exige um verdadeiro juízo a cada linha e é a única capaz de dar acesso à vasta experiência humana antiespetacular.A conversação já está quase extinta, e em breve também estarão mortos muitos dos que sabiam falar.”
Pessimista?Acho não.
Um amigo meu que padece no eito ingrato de duas escolas da rede pública, me disse que às vezes perde a paciência com a “estupidificação” avançada de seus pupilos e apela invocando as quatro verdades filosóficas dos novos tempos: “O bagulho é doido, a chapa é quente, o papo é reto e o processo é lento”.
Beijão.

Jucemir

Anônimo disse...

Dinah:

Veja a importância com que se reveste o seu BLOG. Além de termos a possibilidade de ler seus belos textos, estamos tendo, através dele, a oportunidade de ler um texto verdadeiro, atual, profundo e consequente como é o texto do Jucemir.
Pense na possibilidade de tirar este texto dos comentários e publicá-lo, com destaque, no seu BLOG, acredito que vale a pena.
Parabéns.

Mascarenhas

Anônimo disse...

Concordo como regra geral, mas existem exceções...
Graças a Deus meus filhos entram na rede quase todos os dias, mas também lêem (ainda com acento)quase todos os dias.

Bj,
Rejane