Em amor,
sou gueixa,
mãos abertas, espalmadas,
serviçal enamorada
total disponibilidade.
Bandeja abarrotada
de frutas a escolher.
Árvore de sombra acolhedora
sou rede
sou lareira
em tempo de rigor invernal.
Sou riacho no calor
sereia de canto doce
fazendo adormecer.
Berço que aninha e agasalha
sou brasa que arde e queima
deixando marca infernal.
Mas…
Sem amor
Sou estrela inalcançável
Sou miragem no deserto
Fortaleza inexpugnável
Sou porta acorrentada,
acesso intransponível,
fosso cheio de serpentes.
Cerca de arame farpado
Nem um gesto acolhedor
Nada, nada a oferecer
Se a jornada
é um convite a dois,
há que ter devotamento,
fazendo nascer roseiras
onde só havia espinhos.
Fazendo cair a chuva
que vem emprenhar a terra
reflorescendo o caminho
…e a viagem se faz divina.
Aline Dichte
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Eis aí mais um poema da minha amiga Aline.
Enquanto ela não tem o seu próprio blog, vamos dividindo este espaço. É um prazer para mim e para os nossos leitores. Espero que seja do agrado de todos essa energia especial que dela emana.
Um beijo.
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