quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Revelando Saberes...e Queixas


Tenho sofrido horrores com as conexões desejadas para este blog e para os emails (enviados ou recebidos)...São testes para avaliar meu equilíbrio emocional, que suponho estar (quase) perfeito: ainda não requisitei a camisa-de-força... E não adianta tentar o telefone para consertar as coisas...só piora!

Vamos voltar para o País da Poesia..."Lá sou amigo do Rei" e as coisas podem acontecer.

Tenho colecionado alguns saberes ao caminhar pela minha estrada e gosto de dividir com quem me ouve...

Vejam o que me ensinou a Cecília Meireles:

Mensagem a um desconhecido

Teu bom pensamento longínquo me emociona.
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.

Isso me consola dos que me viram,
a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca tivessem me encontrado.

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Também
eu, gostaria de deixar algo:


A BALANÇA

Para refletir a própria história

melhor usar o bom-senso:
Distância da balança da Justiça.
Aqueles dois pratos rigorosos
que, sem condescendência,
são juiz do acontecido.
Tribunal sem misericórdia,
sem contemplação, impiedoso,
contabiliza o sim e o não
medindo e pesando o que passou.

Em um dos pratos,
os gloriosos momentos...
No outro prato o desengano,
a dor, o sofrimento,
todos os mistérios dolorosos.
E a síntese da história
ali se vê retratada
trazendo trágico carimbo
marcado pelo selo do irremediável.

Ali não cabe
nem mesmo o arrependimento,
território vedado à esperança.
Pra que medir e contar
o que navega no oceano do sem jeito?
Para que reviver desilusões,
erros, desencontros,
decisões calcadas na estupidez?

Por ínfimo que seja o vir-a-ser
é lá que se projetam
as possibilidades...
De lá podem surgir compensações.
No que virá se forja o talvez...
Há o imponderável
Há o imprevisível
Há o inesperado
talvez tramando alguma teia...
Talvez boa notícia...
Sem que o saibamos, o inaudito...
Quem sabe...Talvez...

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Não basta refletir sobre o conteúdo existencial das poesias...É preciso perceber
a forma como o poeta se expressa. Vejamos:

As reticências

Ah!...As reticências
...
Bolinhas convenientes.
Pingos de pura magia.
Delas, trago os bolsos cheios.

Em vida sem consistência
delas me sirvo à vontade
para esconder confidências...
Para escapar da verdade...

São atalho por onde fujo...
Nelas me escondo, fingido,
pra não permitir confronto.

As reticências são tudo
que alguém, pressionado,
Usa para escapar, de pronto...

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Se os queridos amigos usarem de sinceridade, certamente vão concordar comigo e admitirão ser, também, devotos das Reticências, A Bruxa.

Em tempo - Há outra técnica também muito usada : Mudar de assunto.

Beijos.


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