sábado, 13 de fevereiro de 2010
É O AMOR OUTRA VEZ
Ando com pena do AMOR
Parece-me ser o mais solitário dos seres.
A vagar em busca de um pouso,
andando, voando, mergulhando
ou apenas se arrastando...
Resistência suspensa por um fio,
sem encontrar um único coração vazio.
De nada lhe adiantou seus poderes.
É um deus exilado,
sem porto, sem ninho,
sem descanso.
Sem rosto, é um forasteiro
que não merece confiança
e a quem negam acolhimento.
As hospedarias estão
abarrotadas de outros viageiros
- deuses menores, espalhafatosos,
invasores de todos os espaços,
atraindo para si os louros
do espetáculo.
Palhaços.
E vai o AMOR seguindo
o seu caminho.
Longe do picadeiro
de uma vida que lhe é estranha.
Um deus vencido, derrotado
pelo sucesso fácil,
pela vulgaridade do obsceno,
pelo falso brilho do obscuro.
E há quem concorde comigo:
" O amor sozinho vagava.
Sem mais nada além de mim...
numa eternidade inútil."
( Cecília Meireles)
Epa! Não me parece que eu esteja usando as lentes adequadas...Nem a Cecília!
É verdade que a sexualidade tem tentado substituir de vez a sentimentalidade.
Mas... é batalha perdida.
O tempo do "ficar", do "amor casual", do relacionamento inconsequente (deveras cheio de consequências abusivas) está batendo de frente com uma atitude vigorosa...
Sem o peso da moralidade vitoriana, as pessoas percebem que vale a busca do parceiro(a) que satisfaça, não só o corpo, mas que realize também aquele algo mais que preenche um cotidiano rico em experiências a dois.
E há tanto o que descobrir nesse relacionamento sem dominações nem subserviências , sem explorações de parte a parte, sem as pequenas indiferenças que vão sufocando, aos poucos, o promissor sentimento original.
Eu creio nisso, e torço por isso.
Esta postagem tem endereço certo.E dedicada a Bel e Masca, por quem sinto uma especial ternura e a quem desejo todo bem do mundo.
Eles nos garantem: "É possível!"
Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro também sabem:
É o amor outra vez
Veio sem avisar
Foi abrindo o portão
desse meu coração
pra me visitar
Pôs a mala no chão
Acendeu meu olhar
Me beijou com paixão
Me trouxe um perdão
que me fez chorar.
Quando o amor se hospedou
Todo o mal se desfez
Toda dor teve fim
Pois quem cuida de mim
é o amor, outra vez.
É o amor que dá vida
ao meu peito
Pra eu jamais ver o tempo passar
É o amor que dá paz
ao meu leito
E me ensina a sonhar
Só o amor faz um bem
tão bem feito
Que o destino não vai desmanchar
Só uma coisa no amor
não tem jeito:
É ter medo de amar.
Mas agora que eu sei
Todo bem que me fez
Vou seguir sua lei
No meu peito, meu rei
é o amor, outra vez.
Se o AMOR é tão lindo na poesia, imaginem na vida real...
( A melodia é belíssima , vão ao CD de Bethânia - TUA - para conferir!)
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