Em silêncio, há tempos...Que maldição conseguiu calar a boca de alguém que precisa falar, ou melhor, precisa escrever, para que o sangue continue circulando em suas veias?
Sangue?! Que sangue?!
O sangue que instila vida às veias que estiolam diante de coisas e situações que desinstalam, que comovem, que maltratam , ou até aquelas que alimentam e trazem estímulo para o que causa admiração e gozo.
Escrevi coisas, sim, mas poupei os supostos leitores das coisas que escrevi...
Melhor silenciar que expor as absurdidades invasoras dos sentimentos de alguém cuja sensibilidade não consegue filtrar ou minimizar as dores e os desconsolos que marcam como ferro em brasa, lugar-comum ao qual não quero escapar procurando substituto, uma vez que poderia perder o impulso que ora me domina, no desejo de reconciliar-me com a palavra escrita.
Voltar a encontrar os talvez ainda existentes e raros leitores que me restam? Uma temeridade. Provavelmente, mais do que nunca, estarei falando ao vento , como vaticinou o poeta .
Quem gostaria de ler?
Em Fim
Silêncio surdo, de peso insuportável
Nuvens de chumbo colando em firmamento
o gosto de fim dos tempos.
O ronco ensurdecedor, quase inaudível,
vindo de longe, de muito longe...
Esparsos tremores prenunciam
o desmoronamento total.
Como não perceber os escuros preságios
na indizível tempestade que se aproxima?
A hidra da desunião vem tomando corpo e,
indômita fera, arreganha os dentes,
pronta a atacar para cobrir de sangue
a arena do anfiteatro.
Não há recuo...nem acordo.
Não há bandeira branca...
O que se perdeu, para sempre está perdido
Resta jogar a toalha...
e dar a luta por terminada.
Vêem? Sei que o que aqui descrevo pode ser aplicado em inúmeras situações...
Desejo que as que se descortinam nas suas histórias lhes sejam bem "leves", se for possível...
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