domingo, 29 de março de 2009

...ausência da Musa...presença de amigos...

Ói nós aqui travês!

Bem-vindos sejam vocês todos, inclusive os de São Paulo, os do Rio de Janeiro, de Salvador e agora, os de Maputo (!!!!). Eita lasquêra!!!É demais pra minha cabeça!!!!

Mais um pouco, vou continuar no mesmo tema, até que ele queira se retirar e dar lugar a outros...
(nem sempre a gente consegue mandar em si mesmo !)


À DERIVA

E, de repente, a musa foi-se
como se ceifada fosse
pela foice, quem sabe, da morte,
ou de algum ciumento duende
sem sorte, que nunca
da vida de alguém fez parte.

Há forças que não se conhece...
Perigosas forças que vivem de
conquistas e encantamentos,
planejando, urdindo teia, tramas
para alterar destinos,
deixar à deriva, barcos
antes em corretos rumos...
-Ulisses bem o soube!-

E a bússola é destroçada...

Onde se encontra o oriente?
ou até mesmo o poente?

Ou o reluzente farol
que pisca clareando pistas,
buscando o que está lá dentro,
em corpo fechado e triste,
antes claro e inocente,
de fácil e generoso acesso.

O horizonte sumiu...
Via Láctea apagou-se...
A areia engoliu a idéia...
O sol ressecou o solo.
A palavra esgotou-se.
Caminho transmutou-se em espinho.
E tudo se fez parado,
nem um passo mais é dado.

E o poeta, assim tolhido,
imóvel, triste, infeliz,
vê-se a ponto de criar raiz.
Mas...
não se atormentem por vê-lo
exilado, à deriva, a esmo...
Ele aproveita o tempo árido
e tenta rir de si mesmo...


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Tudo isso me lembra um amigo com alma de nordestino e caipira (como eu), mas com a mente lúcida e mágica que consegue tirar, da cartola insossa do cotidiano, inesperadas imagens cheias de uma ternura imensa, com o intuito de arrancar, do mais empedernido leitor, sorrisos, risos e risos que beiram a gargalhada...

Bendito escriba de crônicas que são doses de bom-humor com imenso poder curativo.

É , assim, Antônio Lopes...

Estou lendo e relendo "Estória de Facão e Chuva", delicioso livro " destinado a reinventar as pessoas e modificar seu comportamento.(...) [esselivro] "viria ao mundo para incendiar corações,
despertar paixões, acordar alegrias e motivar esperanças, sepultando em cova funda tormentos e tristezas."

Ah, amigo! Tem certeza, conseguiste!
Não só através "daquele texto" que perseguiste, mas de toda tua criação literária, saída da misteriosa região dos deuses do humor sutil, região reservada a poucos.

Caminhar com Antônio Lopes é mais que acompanhar um "sobrevivente" (como ele se autodefiniu), mas com um sobre-vivente... (para bom entendimento do que digo seria conveniente ler algo que escrevi sobre o assunto em postagens passadas).


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Calo-me para deixar vocês correndo atrás da cura de qualquer "calo" que os esteja incomodando.
Busquem o mágico-curador que lhes apresentei.

Até a próxima !!!

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