Pobre pequena tartaruga  
Causas-me pena...   
Aprisionada   
em teu colete blindado
   
Que tremenda solidão!   
Que injusto distanciamento   
do mundo. 
Será que tens coração?  
Parece-me, nada te atinge.   
Não te apercebes do frio?   
                 nem do calor? 
Não te permites a troca, o conviver,  
             o afeto, o bem querer...   
Ao menor sinal de invasão   
te recolhes ao mais profundo   
             de ti mesma. 
Não vês o que não queres ver...  
Não ouves o que não te apraz...   
No teu espaço próprio   
nenhum ser vivo é recebido?   
Ninguém ultrapassa   
a tua carapaça! 
E, se não queres,  
também de ti não sais. 
Sabes,  
não creio seja pena   
aquilo que por ti viceja   
neste meu coração tão desgastado... 
Sabes? Eu tenho inveja!
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Aí está… Qualquer biólogo pode rejeitar o que o poeta enxerga.
Mas “Eu não tenho tribunal”… É assim que vejo, é assim que É.
Quando o poeta sente, ele fala em nome de si mesmo e de quem sente mas não sabe dizer.
Abraços.
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